sexta-feira, 11 de junho de 2010

O que está por trás do G-12

Preliminarmente, queremos tecer algumas considerações a respeito do tão propalado e comentado Grupo dos Doze (G-12), a fim de que o leitor fique inteirado sobre a origem desse movimento. Na qualidade de cristão sincero, não poderia deixar de abordar esse tema (I Co. 11.19). Também sabemos que é dever de todo cristão batalhar pela fé que uma vez nos foi dada (Judas 3). É dever nosso, seja homem ou mulher salva por Jesus Cristo, procurar mostrar a nossos irmãos, que têm uma fé pura e baseada na Palavra de Deus, os ensinos e práticas antibíblicos que têm surgido em nosso meio, sobretudo no que diz respeito às heresias proferidas pelos adeptos do G-12, a partir de seu criador, o visionário e sonhador pastor colombiano César Castellanos Dominguez, que vem. difundindo suas falsas visões pelo mundo todo. Não é pretensão nossa descer a detalhes, nem dizer com a profundidade que o caso requer – até porque já temos livros na praça sobre o assunto – mas tão somente informar de maneira concisa o que é o movimento e em que pilares se fundamenta o Modelo dos Doze. Após a edição de nosso primeiro trabalho, em junho/2000, continuamos pesquisando bem como nos atualizando com relação ao assunto e, por isso, resolvemos reestruturá-lo e apresentá-lo aqui totalmente revisto e atualizado. Minha preocupação não é com o crescimento numérico desse movimento – até porque tem crescido às custas de crentes incautos de outras denominações, que têm sido assediados por seus adeptos – mas com os desvios teológicos que têm contaminado de forma decisiva diversos irmãos que se dizem ser cristãos. Em mais de trinta e quatro anos de fé cristã, salvo pela graça e misericórdia de Deus, nunca vi tanta confusão doutrinária no meio do povo de Deus em nosso país, como tenho visto nesses últimos anos. O Brasil é um país místico, obcecado pelo sobrenatural. Certamente esta é uma das razões por que seitas como Testemunhas de Jeová, mormonismo, espiritismo e Nova Era têm proliferado tanto aqui. E justamente agora, quando os cristãos deveriam unir-se para enfrentar a fase mais difícil da Igreja, diante da iminente volta de Cristo e a conseqüente revolta de satanás, surge um movimento desse, dizendo-se ser cristão, mas que está mais para o judaísmo, espiritismo, etc., do que para o cristianismo. Muitas pessoas, por não terem alicerce bíblico, embasamento das doutrinas do Evangelho, portanto, têm sido enganadas, tendo passado a viver em escravidão espiritual. Tendo aparência de cristão e não sendo como afirmam. Pois têm relegado o sacrifício vicário de Cristo e adotado práticas totalmente em desacordo com o que a Bíblia ensina. Julgam-se salvas por métodos e rituais criados por homens e desprezam ou não dão valor à graça divina. Têm renegado a graça de Cristo, adotando rituais da lei, que nada têm a ver com a dispensação em que vivemos. Por se tratar de um movimento herético, queremos apontar algumas referências bíblicas, que alertam a Igreja do Deus Altíssimo sobre o que ocorrerá antes da volta de Cristo, para arrebatar a Sua noiva, que O aguarda com grande expectativa: * Surgirão ventos de doutrinas (Ef. 4.14, Hb. 13.9, 2 Tm. 4.3-4); * Surgirão falsos cristos e falsos profetas (Mt. 24.24); * Devemos ter cuidado com os falsos profetas (Mt. 7.15); * Haverá apostasia (2 Ts. 2.3); * Alguns apostatarão da fé (I Tm. 4.1-2); * Não devemos mudar nosso entendimento (2 Ts. 2.2); * Devemos ficar firmes e guardar as tradições (2 Ts. 2.15); * Devemos permanecer naquilo que aprendemos (2 Tm. 3.14); * Devemos reter a Palavra, que é igual à doutrina (Tt 1.9); * Quem não permanecer na doutrina não é de Deus (2 Jo 9). Ao ler os assuntos que colocamos em tela neste trabalho, lembre o leitor que não estamos julgando, de forma nenhuma, a subjetividade de qualquer um e nem tampouco a legitimidade da fé de quem quer que seja, mas por desencargo de consciência, sentimo-nos impelidos a invocar a razão dos fatos. Perdoe-me o leitor por se sentir constrangido ao tratar deste assunto, mas não podemos confundir o bem com o mal, o certo com o errado, mesmo que haja algumas vezes aparente semelhança. Até porque nós devemos lutar pela fé que nos foi dada (Judas 3). Como Tudo Começou O G-12 foi criado pelo Pastor Colombiano César Castellanos Dominguez, baseado em uma “Visão” que Deus lhe teria dado. Isso ocorreu depois que ele conheceu a Igreja liderada pelo Pastor David Yongg Cho, em Seul, na Coréia do Sul, cujo trabalho é feito através de Igrejas com células (não é “em” e, sim, “com” células), a exemplo dos Grupos Familiares, de Discipulados, existentes aqui no Brasil. Acontece, porém, que o Pastor César, conforme relata em seu livro “Sonha e Ganharás o Mundo”, teve essa “Visão” e transformou a sua Igreja em Grupos de Doze, sendo ele próprio responsável por doze líderes, estes por outros doze, cada um, e assim sucessivamente, numa progressão geométrica. Nesse sistema o Pastor é, apenas e tão somente, um supervisor de líderes (comentaremos melhor sobre o caso adiante) e não de um rebanho, de uma igreja, portanto. Como Entrou no Brasil No Brasil o movimento baseado nesse princípio está com o Pastor Renê Terra Nova (Ministério Internacional da Restauração), ex-Pastor da Igreja Batista (Manaus-AM); com a Pastora Valnice Milhomens (Igreja Nacional do Senhor Jesus), ex-membro, também, da Igreja Batista (São Paulo-SP); e com o Pastor Robson Rodovalho (Comunidade Sara Nossa Terra), de Brasília-DF. Recentemente também aderiu a esse movimento a Igreja Quadrangular, além de outros líderes de somenos importância. Segundo o Pastor César Castellanos, na “visão” Deus lhe teria dito: “Sonha, sonha com uma grande Igreja, porque os sonhos são a linguagem do meu espírito. A Igreja que hás de pastorear será tão numerosa quanto as estrelas do céu e a areia do mar, que de multidão não se poderá contar”. Nessa mesma “visão”Deus teria lhe perguntado: que Igreja gostarias de pastorear? De acordo com suas experiências, observou que os que têm êxito são os que apreenderam a ter esperança, a “sonhar”, a projetar-se (seu livro citado pág. 20, 21 e 34). César Castellanos ensina que, pela utilização dos sonhos, todos nós podemos provocar transformações no mundo real, trazendo à realidade aquilo que incubamos em nossas mentes. Ao afirmar que o “mundo é dos sonhadores”, ele coloca uma condição para que recebamos tudo de Deus: atrever-nos a sonhar. Esta afirmação contrasta com o que a Bíblia diz: “e esta é a confiança que temos nEle, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve” (I Jo 5:14). Não existe absolutamente passagem alguma na Bíblia que se possa usar para endossar a afirmação de que os sonhos são a linguagem do Espírito de Deus. Há uma gritante diferença entre receber visões e sonhos de Deus e desenvolver os seus próprios. Este evangelho pervertido, como afirmou o Pr. David Wilkerson, busca transformar homens em deuses. É-lhes dito: “seu destino está no poder da mente (…), transforme seus sonhos em realidade usando o poder da mente”. Fique sabido de uma vez por todas que Deus não abdicará de Sua soberania em favor do poder de nossas mentes, seja ele positivo ou negativo. Devemos buscar a mente de Cristo, e Sua mente não é materialista; não se focaliza no sucesso ou na riqueza. A mente de Cristo se focaliza na glória de Deus e na obediência à Sua Palavra. Foi assim que surgiu a “Visão” para implantar o Modelo dos Doze, o conhecido G-12, com Igrejas em Células de multiplicação, resultado de um visionário sonhador. Veja como ele se expressa: “Deus dá visões, revelações e ‘sonhos’ àqueles que se submetem integralmente à sua vontade” (SONHA e Ganharás o Mundo, pág. 33). Cremos, sim, nessa afirmativa, porém desde que tudo seja de conformidade com a Palavra de Deus e não de acordo com desejos e caprichos pessoais. É, no mínimo, curioso o fato de o Pastor César Castellanos enfatizar tanto as suas “Visões” dadas por Deus (?) e que o levaram a criar esse movimento espiritual. Aliás, pelo que se sabe, todos os movimentos gnósticos e seitas e heresias até agora surgidos sempre foram com base em “Visões e Revelações”, conforme afirmaram, dados por Deus. O que dizer de Joseph Smith (fundador da Igreja dos Mórmons), Ellen G. White (Mãe da Igreja Adventista), Kenneth Hagin (Teoria da Prosperidade), Peter Wagner (Guerra Espiritual), David Berg (Os meninos de Deus), Marilyn Hickey (Maldição Hereditária), Essek Willian Kenyon (Confissão Positiva) e outros mais. Entendemos ser bastante ridículo e, até, antibíblico, dizer que “os sonhos são a linguagem do Espírito de Deus”. O Espírito Santo não nos traz sonhos, traz-nos realidade e poder para proclamarmos o Evangelho de Cristo (At 1.8) e termos comunhão com Jesus Cristo (Jo 14.26). É o Espírito Santo quem nos convence do pecado (Jo 16.18), revela-nos a verdade a respeito de Cristo (Jo 14.16-17), realiza o novo nascimento (Jo 3.5-6) e faz-nos membros do corpo do Senhor Jesus (I Co 12.13). Pelo que se vê, o Pastor César está envolvido numa redoma de vaidade, quer na multidão de seus sonhos, quer nas suas muitas palavras (Ec 5-7). Porém Deus disse: “Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, profetizando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei. Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras, e que são só profetas do engano do seu próprio coração (Jr 23.25-26)?”. Não é demais relembrarmos que o último profeta desta era foi João Batista (Lc 16.16) e foi Cristo quem disse. E se foi Cristo, Ele tem autoridade! E como vem esse ‘profeta’de última hora? Lendo o livro do Pastor César, na pág. 88, deparamo-nos com a afirmação de que Abraão, aos 99 anos, tinha muitas feridas não tratadas. Tal alegação não procede e falta com a verdade ao proclamar tamanha aberração, distorcendo os fatos bíblicos. O que a Bíblia nos revela é que Abraão foi obediente ao chamado do Senhor e era homem de muita fé em Deus. Foi-nos o exemplo (Gn 12.4 e Rm4.12). Para o Pastor César, somente após participar do “Encontro”, cujo assunto abordaremos mais adiante, é que o crente recebe a cura interior e é liberto de qualquer maldição que tenha imperado em sua vida, bem como experimenta o verdadeiro arrependimento e o novo nascimento. O “Encontro”, afirma ele, é mais importante do que os batismos na água e no Espírito Santo e eqüivale a todo um ano de assistência fiel à Igreja (livro citado, pág. 91). Sobre a chamada cura interior e maldição também abordaremos adiante. Ele afirma, ainda, que qualquer “rejeição” de uma pessoa que tenha ocorrido durante a gravidez, na infância ou na adolescência, é o tema de maior tratamento dispensado durante o “Encontro” e cortar todas as maldições que venham por descendência e compreender com exatidão quem é Deus é um dos temas principais. (pág. 92). Biblicamente não há respaldo para essas heresias do colombiano. Se o tivesse, José, filho de Jacó, teria que ter passado por um tratamento, promovido um “Encontro” para livrar-se de tudo que passou nas mãos de seus irmãos, bem como quando esteve preso no Egito. E o que dizer de Jó, que perdeu tudo o que possuía em um só dia, inclusive seus filhos? O Apóstolo Paulo também precisaria desse “Encontro”, para quebrar as maldições, porque além de ter perseguido a Igreja de Cristo, também consentiu na morte de Estêvão. Portanto, não há sustentação bíblica para tais rituais. É incrível o relato que o Pastor César faz na página 113, onde ele afirma que para libertar uma mulher possuída pelo espírito de lesbianismo, teve que orar por ela desde que se encontrava no ventre de sua mãe. Fez uma regressão em toda a vida passada, a partir da concepção. Isto baseado, segundo ele, em Efésios 1.4. Ora! Ficamos abismados com essa narrativa! E nos perguntamos: o que tem a ver a libertação da endemoniada com a passagem bíblica citada? Senão vejamos o que a Bíblia nos diz no versículo citado: “como também nos elegeu nEle antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dEle em caridade”. Onde o Pastor César Castellanos aprendeu essa prática? Baseada na Bíblia, certamente, não! Não há um só versículo que nos dê margem para “regressão”. Essa prática faz parte de sua visão pessoal, fundamentada em técnicas psicoterápicas e espíritas. A palavra de Deus nos mostra bem claro como o crente deve proceder nesses casos: Mateus 17.21 (oração e jejum) e Marcos 16.17 (em nome de Jesus). Esta, sim, é a maneira correta e bíblica de expulsarmos os demônios, e não fazendo levantamento da vida passada da pessoa endemoniada. Simplesmente ele distorce a Palavra de Deus. E as aberrações não ficam só no que já comentamos. Para ele o “Pastor da Igreja é o Espírito Santo”, enquanto que ele (o Pastor César) “é apenas o colaborador” (livro citado, pág.107-108). Mas que inversão de valores! A Bíblia Sagrada nos afirma que o Pastor é o “apascentador do rebanho de Deus” (At 20.28) e responsável pela “pregação e doutrina da Igreja” (II Tm 4.1-4), enquanto que o Espírito Santo é o que habita em todo crente salvo (Jo 14.16-17 e I Co3.16) e adverte a Igreja contra a apostasia (I Tm 4.1-2), além de outros atributos. Em lugar algum das sagradas escrituras encontramos Jesus, os apóstolos, ou o próprio Deus dizendo que quem pastoreia a Sua igreja seja o Espírito Santo. São homens, sim, escolhidos por Ele (Deus) para tomar conta do rebanho dEle, apascentar os salvos por seu Filho Jesus (Ef 4.11-12). Esse pastor gosta de inverter as coisas. E como gosta! Diz ainda o Pastor César que o que “ele mais tem estudado na Bíblia” é a vida de Jesus Cristo (livro citado, pág. 103-104). Não nos parece verdadeira esta afirmativa. Onde ele encontrou no Novo Testamento Jesus ou seus apóstolos ensinando sobre maldição hereditária, quebra de maldição e regressões desde a vida intra-uterina? Onde ele encontrou Jesus ensinando que a pessoa que O recebesse como Senhor e Salvador fosse participar de um “Encontro”, a fim de nascer de novo? Foram as “Visões” que lhe revelaram? Aliás, impossível acreditar. Porém, os devaneios do Pr. César, que para ele foram palavras de Deus que lhe foram dirigidas, não ficaram no que já relatamos. Conta ele em seu livro retromencionado, na pág. 83, que “ganhávamos e ganhávamos multidões de uma forma sem precedentes na Colômbia, mas muitos deles não ficavam na igreja. Em várias oportunidades encontrei-me com alguns dos convertidos em diferentes lugares, que me diziam: ‘Pastor, eu conheci o Senhor na missão, mas estou congregando em tal igreja’. Eu dizia: ‘Amém, glória a Deus, esta alma não se perdeu, está sendo edificada!’. No entanto, chegou o dia em que Deus chamou minha atenção, dizendo-me: ‘Estás errado: essa alma Eu a trouxe à tua igreja; se tivesse querido mandá-la a outra igreja tê-lo-ia feito. Enviei-a para ti para que cuides dela e espero que me respondas’.” Para quem conhece Deus e a Sua Palavra, cremos que aqui não cabe qualquer comentário sobre o relato do pastor colombiano. Primeiro porque Deus não faz acepção de pessoas, nem de igreja, porque para Ele há uma só Igreja, nem tampouco igreja nenhuma pertence a esse ou àquele pastor. A Igreja é do Senhor Jesus Cristo e não uma exclusiva para o pastor César Castellanos. Como afirmamos inicialmente, o movimento nasceu na Colômbia; no Brasil tem como um de seus braços fortes a Igreja Nacional, que é pastoreada por Valnice Milhomens. Esta escreveu o seu mais recente livro intitulado “Plano Estratégico para Redenção da Nação”. Nele, ela descreveu com riqueza de detalhes o que é a “Igreja em Células” adotada por ela em nosso país, e como funciona o Modelo dos 12. Quer dizer que o plano para redenção do Brasil e do mundo não é de Deus, em Cristo, mas o do G-12? Princípios Básicos do G-12 Abordaremos a seguir os princípios básicos adotados pelo movimento, que norteiam seus ensinos e práticas diárias de todos os seus adeptos. Julgamos, assim, estar contribuindo para esclarecer o leitor, principalmente o público evangélico, a respeito do movimento G-12. Enfatizamos mais uma vez que a Igreja é em Células e não com Células (pág. 60 do livro supracitado). A diferença é que na “Igreja com células”, estas estão intimamente ligadas à igreja, trabalhando para a Igreja e têm todo o apoio pastoral da Igreja, enquanto que na “Igreja em células”, na forma adotada pelo G-12, estas são autônomas, independentes e funcionam como verdadeiras igrejas. Nesse sistema de ‘Igrejas em Células’: * Os crentes cuidam uns dos outros (não há pastor, mas um líder) nas células; * A Igreja tem dois componentes básicos: a celebração e as células; * A Celebração é a reunião no Templo (observe o leitor que não é chamado de culto, mas celebração); * A Célula (em casas), porém, é a mais importante; * Na Célula são recolhidos os dízimos e as ofertas e celebram até a Santa Ceia; * Na Célula pode fazer o batismo em águas, desde que a pessoa não tenha condições físicas para ir ao Encontro, onde são batizados os seus membros; Pelo que se vê, o trabalho nas casas, onde as células reúnem-se, está acima de todo e qualquer trabalho realizado no Templo. Ao contrário do que ocorre nas demais Igrejas, que possuem ‘grupos familiares’, de ‘discipulado’, etc (e não as conhecidas células do G-12), que desenvolvem trabalhos de aprendizado da Palavra de Deus, e que estão totalmente ligadas e dependentes de suas matrizes, sejam templos centrais ou congregações. Na Igreja em Células, nesse modelo, seus membros participam da Igreja unindo-se às células. Nelas os crentes são responsáveis uns pelos outros. (pág. 63). A Bíblia nos ensina que quem vela (cuida) dos crentes é o anjo (pastor) da Igreja, e não essa cumplicidade pregada pelo G-12. Segundo afirma a “Pastora” Valnice, “um Pastor não pode discipular mais do que doze pessoas. Se isso fosse possível, Jesus o teria feito”. E continua: “Ele (o Pastor) não pode cuidar bem de uma Igreja com mais de cem membros”. Por isso é que “o pastoreio e discipulado acontecem no contexto da célula” (pág. 63).Mas que absurdo! Trataremos do assunto mais adiante. No modelo dos Doze, o descrente, após sua decisão para Cristo, vai para a célula (e não para a Igreja), onde permanece por dois meses até participar do “Encontro” (pág. 85). Assim, o novo convertido, após um ano de sua decisão, torna-se um Líder de Célula (Pastor?) e começa então a formar seu grupo de doze (pág. 86). Após a decisão, o novo crente deve (pág. 87): * Fazer um mapeamento espiritual, onde lhe dá uma visão de sua jornada espiritual até então. Esse mapeamento está mais para o ‘mapa do zodíaco’, utilizado pelos espíritas e os astrólogos, do que para pessoas que se dizem cristãs; * Receber treinamento sobre novos relacionamentos, incluindo princípios básicos da vida cristã; * Integrar-se à célula como seu membro; * Fazer o pré-encontro, composto de quatro palestras semanais, para então poder habilitar-se a fazer o “Encontro”; * Participar do “Encontro”, que é um retiro espiritual de três dias, onde recebe ministração de arrependimento, perdão, quebra de maldições, libertação, cura interior, batismos no Espírito Santo e nas águas, bem como a “visão da Igreja”; * Participar do “Pós-Encontro”, que consiste em quatro palestras semanais, a fim de consolidar o que aprendeu no “Encontro”. Durante o “Encontro” (ou Desencontro?) todos ficam em absoluto silêncio, sem se comunicar com ninguém (apenas durante as refeições é que podem se comunicar, mas mesmo assim nada deve ser comentado sobre o que está ocorrendo). Trata-se de prática chamada de “nobre silêncio”, que há muitos séculos (mais de 400 anos) antes de Cristo já era praticada por Buda. Hinos são cantados por repetidas vezes e sempre há uma música de fundo sem letra durante todos os trabalhos. Desta forma é feita uma verdadeira “lavagem cerebral” nas pessoas. São técnicas psicoterápicas, em que há até catarse. Um ato teatral é encenado, para que todos entendam o sofrimento na cruz, o quanto Cristo sofreu por nós. Há uma apelação muito forte para o emocional. Lidam com a emoção e o sentimento das pessoas. Pelo que se vê, observa-se que o novo convertido é levado a seguir múltiplos rituais, alguns bons e até dignos de observações, porém outros sem qualquer fundamento bíblico, a exemplo do que é chamado de “pré-encontro” e de “Encontro”. Cremos no que está escrito na Bíblia, que o pecador é perdoado, liberto de todo o seu passado mal e perverso, no momento em que aceita a Jesus Cristo com sinceridade, arrependendo-se e se convertendo ao Evangelho do Reino. Vejamos o que o Apóstolo Pedro nos disse em Atos 3.19: “arrependei-vos, pois, e convertei-vos para que sejam “apagados os vossos pecados”. Atos 3.19 Compare ainda Jo 3.16, Rm 8.1, Jo 1.12-13, Cl 2.13-14, Gl 3.13, Hb 8.12 e 10.17-18. Portanto, não vemos razão alguma para participar desse Encontro. Aliás, o Pastor César também comenta em seu livro (Pág. 91) que somente após o “Encontro” é que o crente recebe a cura interior e é libertado de qualquer maldição que tenha imperado em sua vida. O que equivale dizer que a Palavra de Deus, o Evangelho, o Sangue de Cristo, não foi suficiente para retirar do crente tudo o que havia contra ele, no dia em que aceitou o Senhor Jesus como Salvador?! No Modelo dos Doze, todo crente recebe treinamento durante um ano para ser Líder (Pastor?) de Célula e de Doze (pág. 88), onde: O treinando recebe o ensino para ser “sensível” ao Espírito Santo, bem como ensinar a outros através dos dons espirituais, ministrando cura e libertação; Todos os líderes de células têm que formar seus Grupos de Doze e estes, também, devem ser treinados para se tornarem igualmente líderes de células. Como se pode perceber, por esse modelo o Líder de Célula é um super crente, que tem todos os dons ministeriais e todos são aptos a pastorear. Ora, as Escrituras ensinam que Deus deu “uns” – não são todos, portanto – para Apóstolos, outros para Profetas, outros para Evangelistas e outros para Pastores e Doutores (Ef 4.11). E como é que vem um movimento desse fazendo de todos os seus adeptos pastores, vez que cada um deles deve liderar um grupo de doze, e que limitação é essa, visto que o grupo não pode ultrapassar doze pessoas? Não, não é isso o que ocorre com a Igreja de Cristo, senão vejamos o seu início: no pentecostes quase três mil pessoas se converteram (At 2.41). Posteriormente, quase cinco mil também abraçaram o Evangelho (At 4.4). Depois já não se podia contar os novos crentes, pois eram “multidões” que aceitavam a Cristo (At 5.14). Desta forma, os apóstolos eram ‘pastores’de incontáveis crentes e não de apenas um grupo ou grupos de doze pessoas! Afirma a Pastora Valnice, na pág. 99 de seu livro, que o Senhor está fazendo uma “virada na unção ministerial”. E continua: “a unção não vai estar somente em um homem, e sim, numa equipe. A visão dos doze é uma visão de romper esquemas”. Relata, também na pág. 10: “É preciso romper as velhas estruturas…ficamos absolutamente convencidos de que a Igreja em Células ou nas casas, sem deixar as grandes celebrações de todo corpo no Templo, era caminho de volta, no que concerne à estrutura”. Assim, esse movimento deixa de lado toda a estrutura eclesiástica da Igreja, como ela é atualmente em todas as denominações evangélicas, e passa a existir de forma desestruturada. É bom que se diga, inclusive, que até seminários são condenados por seu criador. É tanto que a Pr. César Castellanos, ao criar esse movimento, acabou com os que existiam em sua igreja, alegando ser desnecessário o preparo do Líder em uma escola convencional, mas que após um ano, apenas, de treinamento na ‘escola de líderes’seria suficiente para prepará-lo. Pelo que se observa e compreende, o modelo é para todo o crente (Líder de Célula) ser um Pastor e nada de um só Pastor para o rebanho (Igreja). E o Pastor César Castellanos afirma textualmente em seu livro retrocitado: “há necessidade de inovar de forma radical e contínua. Toda a visão implica em inovação. Estar disposto a romper com os moldes tradicionais, faz parte do risco” (pág. 48). Ainda: “a lista de mudanças é quase infinita… tudo porque decidimos por em prática o poder da inovação, romper os velhos moldes. Definitivamente devemos ser criativos, o mundo é daqueles que inovam.” (pág. 52). Acrescenta ainda o Pastor César ao falar sobre o nome de sua Igreja (Missão Carismática Internacional): “…parecia-nos estratégico não colocar nenhum termo que associasse com o evangélico, para que não produzisse rejeição, ou apatia, e a estratégia funcionou” (pág. 51). Diante das “inovações”, “rompimento dos modelos tradicionais”, “virada na unção ministerial” e assim por diante, na visão dos Doze, cada pessoa do grupo (Célula) tem a capacidade de pastorear doze crentes. Estes também têm a condição de pastorear outros doze. Pelo que se vê, todos têm a unção (e a capacidade) e a chamada de Deus para ser Pastores, nessa visão. Essa filosofia vai de encontro ao que o Senhor Jesus Cristo ensinou sobre os diferentes talentos que são concedidos aos crentes. Nem todos têm a mesma capacidade, portanto. Compare Mateus 25.15, onde Cristo afirmou textualmente: ‘e a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade’. Deus deu “uns” – não são todos, portanto – para algumas funções ministeriais (Ef 4.11-12), visando ao aperfeiçoamento dos santos e à edificação do corpo de Cristo (Igreja), e não apenas para um grupo de “doze pessoas”. Vamos tratar sobre o “Encontro” (ou Desencontro?), que consiste num retiro de três dias e que, conforme a “Visão”, assim como ocorreu com o Apóstolo Paulo (At 9.1-9) que passou três dias separado de seu contexto familiar e cultural, também todos precisam, após dois meses da entrega a Cristo, participar. Era preocupação do Pastor César Castellanos a retenção “dos frutos”, permanência dos novos convertidos na Igreja, já que nem todos os que abraçavam o Evangelho permaneciam na Igreja. Daí por que julga que somente através desses Encontros é que podem continuar sendo crentes (Plano Estratégico para a Redenção da Nação, pág. 111, 118, 120 e 121). Ao que nos parece, data venia, há um certo desconhecimento quanto ao assunto ventilado. Como sabemos, nem todos os que crêem na Palavra de Deus permanecem nela. Foi o próprio Jesus que nos afirmou através da parábola do semeador (Mt 13.1-9 e 19-23). No exemplo citado pelo Mestre, entendemos que apenas 25% (a semente que caiu em terra fértil) permanece e dá fruto. As demais sementes (três, ou seja, 75%) que caíram em solo pedregoso, entre os espinhos e à beira da estrada, não permaneceram, se desviaram, deixaram o evangelho (observe que todas creram na Palavra de Deus, porém não permaneceram!) Muitos são chamados, porém poucos são os escolhidos (Mt 22.14). E como é que vem esse ‘profeta’de última hora querendo fazer com que, os que participam de seus ‘encontros’ todos permaneçam na igreja?!. Portanto, essa premissa é falsa e não encontra amparo na Palavra de Deus. Os que defendem esse preceito que nos convençam do contrário!. Dizer que Paulo foi separado por três dias para ficar longe de seus familiares e de sua cultura é desconhecer onde ele se encontrava. Todos sabemos que o Apóstolo estava a caminho de Damasco e, portanto, já estava separado do convívio familiar. O Encontro dele nada tem a ver com o “Encontro” patrocinado pelos da “Visão” da Colômbia. Esse raciocínio não procede. O encontro que Paulo teve com Deus foi aquele que todos nós experimentamos quando aceitamos a Cristo, quando nos arrependemos, nos convertemos e passamos a ter uma nova vida (Jo 5.24, Rm 10.8-11 e II Co 5.17). Nos “Encontros” são abordados vários temas, várias ministrações. Dentre muitas outras, fazemos referências às seguintes: Os Ensinamentos do G-12 e as Refutações Bíblicas Arrependimento: é explicado o “genuíno arrependimento”, é quando o crente declara detalhadamente os seus pecados, chora, urra (o termo é esse mesmo), “sente dor” por ter ofendido a Deus (Pág. 118 do Plano Estratégico). Dizem que o verdadeiro arrependimento só se dá quando da participação do novo convertido ao Encontro. Refutação – Quanta aberração existe! Quer dizer que o crente não foi perdoado por Deus no dia em que aceitou a Cristo? Jesus nos disse que quem ouve a Sua Palavra e crê naquEle (Deus) que O enviou tem a vida eterna (Jo 5.24). Assim, cremos que a salvação é instantânea, não há a necessidade de marcar um “Encontro” para termos que nos arrepender de novo. Se o genuíno arrependimento só se dá nesse “Encontro”, conforme a “Visão” do G-12, como ficaria a situação da pessoa que morresse antes de participar desse “ritual”? Não, não cremos assim! O ladrão na cruz, o mordomo da Etiópia, Zaqueu, Cornélio, dentre muitos outros exemplos bíblicos, todos foram salvos na hora em que se encontraram com Cristo. Compare Cl 2.14, Hb 8.12 e 10.17-18, Tt 3.4-7, etc. Em Atos 2.38-43 vemos quase 3.000 pessoas sendo salvas por Cristo e o foram quando o Espírito Santo as convenceram através do pronunciamento do Apóstolo Pedro. Foi um arrependimento verdadeiro e sincero. Nada de ‘encontro’ nos moldes promovidos pelo Grupo dos Doze. O mesmo aconteceu comigo e com os crentes em geral, salvos pela graça de Deus. Fomos salvos no momento em que ouvimos a Palavra de Deus, nos convencemos de que éramos pecadores e por isso nos arrependemos e passamos a ser novas criaturas. Não precisamos participar de “Encontros”para nos tornarmos salvos, graças a Deus. Quebra de Maldições: são ensinadas as causas das maldições e o Espírito Santo (?) mostra as maldições e como quebrá-las (Pág. 119). São ministradas as bases bíblicas (?) sobre maldição hereditária e analisados os pecados familiares; os crentes são levados ao arrependimento por identificação – em lugar de seus pais (Pág. 137). Para tanto precisam perdoar seus antepassados, ou seja, pais, avós, etc., a fim de que suas maldições sejam quebradas. Refutação – Concentrados principalmente no Antigo Testamento, criam uma nova doutrina a partir destes textos – Êxodo 20.5 e 34.7; Deuteronômio 5.9 – desconhecendo completamente o significado bíblico de bênção e maldição. Confundem maldição com efeitos do pecado. É óbvio que uma criança que vive sob a influência diária de uma família corrompida, certamente terá grande probabilidade de tornar-se adulta com os mesmos vícios, erros e metida nas mesmas iniqüidades de seus pais, avós, tios, etc. Isso não é maldição. Isso são conseqüências do pecado. Confundem maldição com traumas pessoais. Pessoas que sofreram um grande choque emocional ou que se sentem envergonhadas por alguma deficiência, podem ser pessoas reprimidas e problemáticas. É um prato cheio para alguém dizer que tal pessoa está amaldiçoada quando, na realidade, o que a pessoa necessita é de gente que lhe valorize, que lhe transmita força moral e espiritual e não de “profetas” que lhe venham colocar um problema a mais em sua mente. Confundem maldição com questões genéticas. De problemas hereditários (que obviamente não são maldições) ou genéticos o mundo está repleto. Porém daí dizer que isto é maldição é um absurdo inqualificável. Quanta ignorância e prática antibíblica! Tudo quanto existia contra nós Cristo já pagou na cruz, desde o instante em que O aceitamos e nos convertemos a Ele (Hb7.25, 8.12; Cl 2.14; Jo 1.12-13). Tudo aquilo que era contra nós, Cristo já perdoou cravando na cruz a cédula (dívida) que nos era contrária (Cl 2.13-14). O filho não leva o pecado do pai, nem este o do filho (Ez 18.1-4, 19-22, 26-28 e 30-32 e Mq 7.18-19). E o que dizer de uma pessoa que não conheceu nem o pai nem a mãe (órfão). Como é que ficaria a sua situação? Já que não vai poder romper com as maldições de seus pais, à vista de não saber que tipos de maldições seus pais eram portadores. Ensinar que um cristão tem que romper com maldições ou pacto dos antepassados, pedindo perdão por eles é minimizar o poder de Deus quando de sua conversão. A Bíblia Sagrada nos diz que toda desobediência é amaldiçoada (Nm 23.7,8; Sl 109.17; Dt. 11.26-28; Gl 3.10) e que Jesus Cristo já nos abençoou (Ef 1.3) e que nenhuma condenação (maldição) há para os que estão em Cristo Jesus (Rm. 8.1). Não há maldição para os que são filhos da obediência (Lc 11.28; Tg. 1.25). Jesus se fez maldição por nós. O que dizer, então, dos filhos dos reis de Judá que tinham pais bons e eram maus, ou tinham pais maus e eram bons? Por fim, nos diz a Palavra de Deus (Pv 26.2) que maldição sem causa não virá. E ainda: a maldição do Senhor habita na casa do ímpio, mas a habitação do justo (salvo por Jesus Cristo) Ele abençoará (Pv 3.33) E a causa maior chama-se pecado. Enfim, os textos citados (Êx 20.5; 34.7 e Dt 5.9) referem-se àqueles que aborrecem a Deus, que se desviam de Deus e vão seguir a outros deuses. Em outras palavras, a maldição de que se trata é para os idólatras e não para quem tem Deus como o único Deus verdadeiro e o seu Filho Jesus Cristo como único e bastante Salvador. O gedozistas confundem ‘maldição’ com ‘obras da carne’, de que falou o apóstolo Paulo em sua carta aos Gálatas no capítulo 5 e versículos 19 a 21. Libertação: ocasião em que todos escrevem num papel todo o seu passado, fazendo uma lista de seus pecados e, todos cantando e ‘dançando’ jogam no fogo esses papéis. Assim, sentem que foram totalmente libertados (pág. 119 e 137). Refutação: trata-se de pura invencionice, criação humana, sem nenhuma eficácia. Não é isso o que nos ensina a Palavra de Deus. Pelo contrário, quando o pecador aceita a Cristo recebe instantaneamente o perdão de todos os seus pecados. Todo o seu passado ficou para trás (Jo 8.32 e 36, Rm 6.18, II Co 5.17, Fl 3.13 e Cl 2.13-14). Havendo conversão, havendo, portanto, salvação, há libertação total. Toda pessoa convertida e que está em Cristo foi liberta do império das trevas e transportada para o reino do Filho do seu amor (Cl 1.13-14). A conversão implica sair das trevas para a luz, e ser convertido do poder de satanás ao poder de Deus (At 26.18). Cura interior: todos os encontristas são levados ao arrependimento, por aceitar feridas e abrigar a amargura, ressentimentos, mágoas, iras e maus ressentimentos em relação às pessoas. Para tanto é ministrada a ‘cura’, levando as pessoas a visualizarem mentalmente a sua formação “desde a concepção” até a ocasião do Encontro (regressão), lidando com a rejeição, traumas e pecados (pág. 138). É nesse momento em que todos os encontristas “precisam liberar perdão às pessoas envolvidas em cada fase (da infância à fase adulta), e até mesmo a Deus. Libera perdão a pai, mãe, irmãos, familiares e a Deus” (Manual do Encontro, pág. 100/101, Pr. Renê Terra Nova). Refutação – Mas que absurdo, liberar perdão até a Deus? Parece inacreditável, mas é isto mesmo que está sendo ensinado: que devemos perdoar a Deus. Trata-se de uma aberração herética de tal gravidade que dispensa qualquer comentário bíblico. Simplesmente negam o absolutismo e a soberania de Deus, convertendo em dissolução a graça de nosso Deus (Jd 4). Nada contra a cura interior em si. Ela é importante e saudável. Porém temos restrições quanto ao método empregado pelos gedozistas. É inaceitável a catarse utilizada na busca da cura interior. É prática antibíblica. É prática psicoterápica e não um meio espiritual de libertação. Por que nós vamos ter que voltar ao nosso passado, desde a concepção, passando pela infância, a adolescência, fase adulta, até àquele “Encontro” para podermos nos livrar de tudo o que nos aconteceu durante a nossa vida pregressa? Não tem sustentação bíblica. Compare Pv 11.8, II Co 5.17 e Fl 3.13, além de Jo 8.32 e 36. Para o crente o passado não mais existe, ficou no esquecimento, somos novas criaturas, passamos a ter nova vida no presente pelo poder transformador da palavra de Deus e projetamos o futuro alicerçado no amor e na santidade, que é um processo contínuo e dinâmico, diário, até chegarmos a varão perfeito (Ef 4.13, Fl. 3.13-14). Nos diz a Palavra de Deus que a ansiedade no coração do homem o abate (Pv 12.25), porém nos diz a mesma Palavra que o justo é libertado da angústia (Pv 11.8); que Deus conserva em paz aquele cuja mente está nEle (Is 26.13); a verdade nos libertando através de Cristo, estamos livres (Jo 8.32 e 36). É Deus que sara e liga as feridas (Sl 147.3). Se quisermos cura interior sigamos o que nos diz I Pe 5.6: “Lançando sobre Ele toda vossa ansiedade porque Ele tem cuidado de vós.” E o salmista nos disse: “Lança os teus cuidados sobre o Senhor e Ele te susterá” (Sl 55.22). Esta é a receita para a cura interior e não perdoando a antepassados, inclusive a Deus, e fazendo regressão! Durante o Encontro seus participantes fazem duplas, quando então uma das duas pessoas passa a narrar o que aconteceu em sua vida passada, como sejam, seus traumas, frustrações e pecados cometidos, devendo a que está ouvindo permanecer em silêncio, até que seu companheiro ‘desabafe’tudo que tem dentro de si. Terminada essa maratona, os papéis se invertem e o que estava ouvindo o lamento do outro vai adotar idêntico procedimento. Ou seja, a dupla confessa seus pecados mutuamente. Não vemos sustentação bíblica para isso. Até por que de que adianta confessar pecados a uma pessoa que nada tem a ver com o que aconteceu! Somente a Cristo devemos confessar nossos pecados para que sejam perdoados. E só devemos confessar nossas ofensas a outrem e pedir o seu perdão, quando essa tiver sido ofendida por nós ou o inverso, termos sido ofendidos por ela. Quanta gente pelo Brasil afora tem adoecido após ter participado desses Encontros! Temos conhecimentos e testemunhos de pessoas que ficaram descompensadas emocionalmente em João Pessoa (PB), Manaus (AM), Brasília (DF), São Paulo (SP), entre outros. Só para exemplificar, citamos o caso de uma jovem de Brasília que precisou medicar-se, ficando internada por várias semanas e, seu pai, que não é evangélico, exigiu do pastor da igreja, onde ela fez o ‘encontro’, o custeio de todas as despesas realizadas com sua filha. E a Igreja viu-se obrigada a pagar tudo, sob pena de ser acionada judicialmente. Para o modelo dos doze, “quando alguém prega a palavra, ministra cura interior, quebra maldições, ministra o batismo no Espírito, vão ter ‘pessoas curadas’, não vai haver pecado na Igreja, não vai haver imoralidade, não vai haver fofocas nem murmurações. É uma Igreja sadia” (pág. 123). O que acha o leitor sobre a afirmativa acima? Que Igreja santa, não é verdade? Afirmamos à luz da Palavra de Deus, que perfeição só alcançaremos no Céu. Enquanto estivermos aqui na terra, toda e qualquer Igreja (as mais diversas denominações) terá problemas, enfrentará situações adversas, e até escândalos poderão haver. Aliás, serão inevitáveis, porque foi o próprio Jesus quem disse (Lc 17.1). Sempre haverá joio semeado no meio do trigo. Cremos, sim, numa Igreja sadia, porém trata-se da Igreja invisível e constituída por cristãos das mais diversas Igrejas genuinamente evangélicas. E somente o Senhor Deus conhece essa Igreja invisível. O Modelo é Célula e Não Igreja Sintetizamos abaixo os princípios básicos que norteiam o Movimento dos Doze (G-12), de acordo com os seus criadores, cujos pensamentos estão contidos nos livros Sonha e Ganharás o Mundo, do Pastor César Castellanos Dominguez, e Plano Estratégico para Redenção da Nação, da Pastora Valnice Milhomens Coelho: * Jesus confiou-nos a missão de fazer discípulos e não membros de igreja; * A única Igreja certa é a do G-12, ou seja, em Células; * Todo novo convertido deve ser conduzido a uma Célula (não é a uma Igreja), onde deve ser acompanhado por um Líder de Célula e, ao fim de dois meses, participar do “Encontro”, quando então se dá o novo nascimento; * Os Pastores apenas supervisionam as Células; * Visão dos Doze: virada na unção ministerial. Unção em uma equipe e não somente numa só pessoa. É para romper esquemas. Todos têm capacidade para pastorear; * O que se presta a Deus no Templo é uma celebração e não um Culto. Porém nos diz o Apóstolo Paulo que devemos prestar a Deus é um culto (Rm 12.1) e não uma celebração. Ressalte-se, entretanto, que o culto não deixa de ser uma celebração, porém a celebração do G-12 é um trabalho totalmente diferente (com danças, assobios, gritos, etc, etc.) daquele que conhecemos e prestamos a Deus. * A preocupação maior, o alvo principal e o objetivo a ser perseguido dentro do Modelo dos Doze, é procurar reter o fruto, ou seja, o crente permanecer na Célula; fazer a Igreja crescer quantitativamente, às custas de inovações e rituais tirados do judaísmo, do espiritismo, do catolicismo romano e, porque não dizer, até de seitas orientais; * O verdadeiro encontro da pessoa com Cristo só se dá nos chamados “Encontros”; * O “Encontro” vale mais do que um ano de assistência efetiva à Igreja; * O “Encontro” é mais importante do que o batismo nas águas e o batismo no Espírito Santo; Todos têm capacidade para ser líderes (Pastores). É bastante seguir a “Escada do Sucesso” e, após um ano de treinamento, estarão aptos a ser líderes de Doze. Refrão do Movimento: “O encontro é tremendo”. Porém sabemos que tremendo só Deus, este é mesmo ‘tremendo’ (I Cr16.25, Sl. 111.9). Deus é que deve ser extremamente tremendo (Sl 89.7) e não um “Encontro” sem base bíblica. O G-12 guarda o Sábado com pequenas diferenças em relação aos adventistas. E o dia para eles termina às 18 horas e não às 24 horas. Isto porque, segundo afirmam, o dia no início da criação terminava à tarde, na “virada do dia”, quando Deus ia ter o encontro diário com Adão. Eles acham que estão sendo injustiçados e mal compreendidos pelas demais igrejas. Entendem que estão passando o que Assembléia de Deus suportou por várias décadas. Mas que diferença! As Assembléias de Deus sofreram discriminação por defender o poder pentecostal que é bíblico e que já é aceito por todas ou quase todas as denominações, enquanto que as Igrejas integrantes do G-12 pregam e disseminam heresias que não têm sustentação bíblica. Ritos utilizados nas igrejas do G-12, por ocasião das celebrações: Formação de trenzinhos com pequenas bandeiras levantadas pelas mãos, pelo meio do Templo. Essa atitude está mais para brincadeira de estudantes em suas escolas, do que para um povo que se diz ser cristão; O púlpito se transforma num palco de danças, após o encerramento das celebrações. Dizem que assim procedem porque tanto Davi como Miriam também dançaram. Porém esquecem-se de que houve motivos fortes para que eles assim procedessem. O primeiro dançou pela recuperação da Arca do Senhor, que estava em mãos de uma nação inimiga. Miriam o fez pelo grande milagre que Deus operara, quando dividiu o mar vermelho em duas partes e o povo atravessou em solo seco. E há de se observar, também, que foram fatos isolados – apenas duas vezes – e mesmo assim nenhum deles dois dançou no Templo do Senhor. A Casa de Deus merece respeito e é lugar de adoração e não de dançarinos; É carregada uma tocha, pelo meio do Templo, a fim de que todos a toquem, e possam, assim, ser abençoados. Parece até uma brincadeira!. Nada há de espiritual nesse gesto, nem amparo bíblico; meninice, apenas; Unção com óleo para todos serem ungidos e receberem a benção de Deus, podendo até levar para ungir suas casas. Mas que aberração! Haja vista o que está contido no Novo Testamento, que o óleo serve apenas para ungir os doentes (Mc 6.3 e Tg 5.14). Mas eles utilizam o óleo até para impedir que navio não navegue por caminhos já traçados, como aconteceu por ocasião das comemorações dos quinhentos anos de descobrimento do Brasil. Pois aconteceu, sim senhor. Simplesmente os adeptos do G-12 foram para o alto mar, em Salvador, e derramaram várias latas de ‘óleo ungido’, a fim de que o navio que o governo brasileiro havia construído, para fazer o percurso da capital baiana até Porto Seguro, não chegasse ao seu destino. Sabemos que realmente a embarcação ‘quebrou’duas vezes, não tendo feito a viagem programada, mas temos a informação – e a imprensa divulgou para todo o país – que o fracasso deveu-se a falhas ocorridas na construção do barco, imperícia técnica de seus construtores. Não foi, portanto, o ato praticado por eles que a embarcação não chegou ao seu destino. Oração do cai-cai, ocasião em que oram pelas pessoas e estas caem por terra. No Novo Testamento não tem fatos desta espécie. Há casos em que as pessoas caíram ao ouvirem a voz de Deus. Os primeiros foram os oficiais e fariseus que procuravam Jesus para o prender (Jo. 18.3-6) e quando Paulo viu o resplendor de Cristo (At. 9.3-4). Há o caso dos discípulos Pedro, Tiago e João, quando da transfiguração de Jesus Cristo. Ao ouvirem a voz de Deus, em que reafirmou ser Cristo o Seu filho, Eles caíram sobre seus rostos em terra (Mt. 17:5-7). Em Ap.1.13, 16-17 João caiu, porém estava em espírito quando de seu arrebatamento ao céu, ou seja, caiu em espírito e não em corpo físico. Os casos citados no Velho Testamento (Dn.10.5-6 e Ez. 1.28, 3.23 e 43.3) referem-se a profetas diante de seres celestiais e não de pobres mortais. Curioso é que em todos estes casos, os personagens caíram com o rosto em terra, para frente, portanto, enquanto que os do G-12 e seguidores de Benny Hinn sempre caem para trás, o que é muito estranho (É bíblico? Não encontramos respaldo nas Escrituras Sagradas). Ponderamos também que eles caem e, ao levantarem-se, continuam do mesmo jeito que caíram, nada se lhes acrescentou espiritualmente falando. No máximo ficam em estado de êxtase e nada mais; Baseados em Atos 18.18, os homens das Igrejas do G-12 estão rapando suas cabeças (e deixando a barba crescer), em forma de voto, a exemplo do que o Apóstolo Paulo fez. Eles querem tornar-se nazireus, porém devem entender que no nazireado os homens primeiro deixavam os cabelos crescerem e, após o término do voto, é que rapavam suas cabeças, conforme podemos observar o que está contido no capítulo 6 do livro de Números. Porém, esquecem que os próprios Apóstolos ensinaram que nós, os gentios, que cremos, não devemos observar tal prática. Dizem que adotam essa prática como forma de sacrifício. Mas será que o sacrifício feito por Cristo não nos foi suficiente? Que Deus tenha Misericórdia! Os gedozistas desconhecem o que está contido em Atos 21.21-25, principalmente o que está escrito no último versículo, que assim diz: “todavia, quanto aos que crêem dos gentios, já nós havemos escrito e achado por bem que nada disto observem [rapar a cabeça]; mas que só se guardem do que é sacrificado aos ídolos, e do sangue, e do sufocado e da prostituição” (edição João Ferreira de Almeida, revista e corrigida e Antigua Versión de Casiodoro de Reina, de 1569, revisada por Cipriano de Valera em 1602 e otras revisiones, em 1862, 1909 e 1960, além de outras edições por nós consultadas). É de bom alvitre que se diga também, que até as mulheres desse movimento estão rapando suas cabeças. Uma delas afirmou-me que tal prática é para passar para Deus a ‘sua glória’ (a glória dela), como forma de voto, objetivando obter a ‘redenção’ do Senhor para a sua família. Mas indagamos: que glória o homem ou a mulher tem para dar a Deus?! Quem somos nós? Pó e cinza e nada mais. Ainda que fizéssemos tudo o que Cristo quer que façamos, ainda assim seríamos considerados como servos inúteis. Diz-nos a Bíblia que nossa justiça é considerada como ‘trapo’ diante de Deus. É Ele, Deus, que tem glória para nos oferecer e não nós, pobres mortais! Ademais, nos afirma a sua Palavra que é desonroso para a mulher cortar o seu cabelo (quanto mais rapar!) – I Co 11.15- e como é que Deus iria se agradar duma glória (glória?) dessa?!. Digamos como o Apóstolo Paulo: nós não temos tal costume, nem as Igrejas de Deus (I Co 11.16). Se fôssemos considerar como sendo um sacrifício, segundo eles afirmam, o nosso irmão Davi assim se expressou: ‘porque te não comprazes em sacrifícios, senão eu os daria. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus!’ (Sl 51.16-17). O sacrifício que Deus requer de nós todos são: a) louvor, a prática do bem e a mútua cooperação (Hb 13.15-16); b) o culto racional que prestamos a Ele (Rm 12.1); c) o que se dá a quem precisa (Fl 4.18) e os sacrifícios espirituais (não materiais, não físicos – estes Deus não quer mais!) agradáveis através de Jesus Cristo (I Pe 2.5).É para ‘redenção’ de alguém? Perguntamos: a redenção de Cristo não foi suficiente, não? Simplesmente é um absurdo o que estão fazendo! CONCLUSÃO Afirmamos que a Igreja em Células, (repetimos, não é com Células), baseada na “Visão” do Grupo dos Doze (G-12), abre mão de todos os princípios regimentais de sustentação da Igreja como organização, eliminando pontos de doutrinas e princípios de liturgia e sistema de governo eclesiástico. Dizem que somente eles é que são detentores da ‘unção’de Deus, do Espírito de Deus. Chamam-na de “nova unção”. Será que dá para entender? Não encontrei na Bíblia nada que denotasse essa afirmativa. Até porque a unção de Deus não envelhece, não fica velha. Por que então nova unção? Sabemos que as aberrações, as contradições e as discrepâncias que vêm proliferando no contexto cristão hodierno têm se constituído afronta àqueles que lutam e se esforçam pelo cumprimento da verdade e da coerência (Rm 15.4 e II Tm 3.16-17). É certo que não devemos ser juízes de ninguém, mas, por outro lado, não devemos ser tolos e facilmente enganados. A Visão de Deus para o mundo é Cristo e não a de Castellanos! O aspecto mais perigoso da falsa doutrina é que se apresenta como verdadeira. Aparece como uma medida corretiva, pretendendo restabelecer a verdadeira doutrina, É propagada por aqueles que têm convicção de ter recebido uma nova revelação ou uma interpretação melhor da verdade já estabelecida. Em quaisquer dos casos, tais pessoas convencem-se de estar certas e de que todas as outras estão totalmente erradas. Dizem que somente ‘agora’, a partir do dia em que abraçaram a “visão” é que encontraram a verdade, em que pese muitos deles já se dizerem crentes há cinco, dez, vinte anos ou mais. Desconhecem todo o seu passado como cristãos (entendemos que não o eram uma vez que somente ‘agora’ é que dizem ter encontrado a verdade, estarem na verdade). Soubemos na Venezuela, onde estivemos no final do ano de 2000, que os templos da Missão Carismática Internacional, do pastor César Castellanos, são comuns à Igreja Católica da Colômbia, ou seja, os locais que são utilizados pela igreja daquele pastor, também são usados pelos padres daquele país. Assim, num determinado dia pode haver uma celebração do G-12 e num outro uma missa da igreja católica. Puro ecumenismo, portanto. Concluindo, dizemos que os defensores das doutrinas e práticas antibíblicas do G-12 andam ensinando doutrinas que são mandamentos de homens (Mc7.7). Fiquemos com o que a Palavra de Deus nos diz: “Mas ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já anunciamos, seja anátema – maldito” (Gl 1.8). Vejamos ainda o que o Apóstolo Paulo nos diz em II Co 11.3-4: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo. Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis”. II Co 11.3-4 Deixamos o julgamento a cargo do leitor. Que Deus nos abençoe e nos guarde pelo seu poder, preservados pelo precioso Sangue de J esus Cristo, protegidos pelo Seu Santo Espírito. Autor: Manoel Basílio

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