quinta-feira, 20 de maio de 2010

Fundamentos Bíblicos - Uma aliança eterna de obediência a Cristo

Em Êxodo 21.1-6, temos o relato de como um escravo poderia fazer uma aliança eterna com seu senhor. Através de uma análise do texto hebraico do versículo 6, descobrimos verdades espirituais incríveis. O texto de Êxodo 2..6 é o seguinte (Almeida Revista e Atualizada): “Então, o seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta ou à ombreira, e o seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre.” Em primeiro lugar, vemos que a palavra “senhor” é, em hebraico, “'adon”, que dá origem ao termo Adonai, usado geralmente para se referir a Deus. Por isso, essa aliança de obediência eterna do escravo com seu senhor pode também funcionar como símbolo de uma aliança do homem com Deus. O interessante é que a palavra “'adon” vem da raiz “dan”, que significa “juiz”. Ou seja, Deus não é apenas nosso Senhor, mas nosso justo juiz, que não apenas condena, mas que justifica e inocenta seus filhos. A raiz da palavra “dan” são as letras “dálet” (que significa “porta”) e “nun” (que significa “fruto” ou “continuidade”). Assim, se unimos ambas as letras, temos a ideia de “porta da vida”. Isso porque o judeu via o juiz não como um carrasco, mas como uma pessoa que trazia o inocente de volta à vida e que garantia uma convivência agradável e pacífica para o povo. E é exatamente isso que Jesus faz por nós, nos dando a sua Paz e o dom da vida. O primeiro passo, portanto, dessa aliança de obediência eterna com Deus é reconhecê-lo como nosso Senhor e juiz, de modo que passamos a viver nossa vida segundo seus preceitos morais, éticos e espirituais. É uma primeira aliança de obediência. Voltando à análise do versículo em questão, vemos que a expressão “o levará” vem do termo hebraico “nagash”, que pode significar “adorar”. Ou seja, o segundo momento de dessa aliança é adorar o Senhor, não apenas com palavras, mas em espírito e em verdade, não com os lábios somente, mas em atitude e testemunho de vida. A segunda aliança é um pacto de adoração. Em seguida, o homem deveria ser levado perante os juízes. Em hebraico, o termo “juízes” é “'elohiym”, palavra usada para se referir ao próprio Deus. A palavra “'elohiym” vem do termo “'allah”, que significa “fazer um juramento”. Nessa terceira fase da aliança, o homem jura a Deus que viverá sob sua obediência. Em resposta, Deus se torna seu “tutor” (“'alluph” em hebraico), e ele, parte da família (“'eleph”) de Deus. Deus começará a ensinar (“'alaph”) e ele passará a aprender (“'alaph”) de Deus. Nesse momento, o Senhor coloca um jugo (em hebraico, “'ol”, relacionado a “allah”) sobre ele, não um fardo de dominação, mas um instrumento que o conduzirá ao caminho certo, assim como o touro (“'aleph”) é conduzido ao caminho que deve seguir. Assim, ele se tornará amigo (“'alluph”) de Deus, e Deus seu amigo gentil, chefe, guia e tutor (todos os significados do termo “'alluph”). Cabe lembrar que a raiz do termo “'elohiym” e de todas as palavras derivadas referidas acima é “'el”, que significa, literalmente, “o touro que conduz”, ou “a força que conduz”, pois as letras que compõem essa palavra são aleph, que representa o touro, e a letra lâmed, que remete ao cajado do pastor e representa “autoridade” ou “aquilo que conduz para”. Ou seja, nesse terceiro passo da aliança, o homem passa a andar nos caminhos de Deus e ser conduzido por ele, tornando-se um verdadeiro discípulo do Senhor. Nesse terceiro momento, temos um pacto de confiança. Depois, o homem será levado à “porta”, que em hebraico é “deleth”, cuja raiz “dalah” remete ao ato de lançar um balde no poço para pegar água. Ou seja, essa porta é o local onde o homem disposto a aliançar-se com Deus vai receber a água da vida, aquela água que Jesus prometeu à mulher samaritana (João 4.13-14). Ele é levado a descobrir onde está a fonte escondida, e se torna uma “árvore plantada junto ao ribeiro das águas” (Salmo 1.3). A palavra “ombreira” é, em hebraico, “mezuzah”, que pode significar “abundância”. É por isso que Jesus falou que a sua água faria brotar de quem a bebesse uma “fonte a jorrar para a vida eterna”, pois há em muita abundância. Esse é o momento da salvação. A quarta etapa, portanto, implementa um pacto de fidelidade. Todavia, mesmo após a salvação, o homem ainda precisa “desenvolvê-la”, como afirmou o apóstolo Paulo em Filipenses 2.12. É por isso que sua orelha seria furada, não somente como sinal de que estava pronto a escutar tudo o que o Senhor lhe ensinar, mas também porque começaria a “frutificar”. Isso porque, em hebraico, a palavra “orelha” é “'ozen”, que pode significar “colher sementes”. Jesus mesmo nos ensinou que o homem que está verdadeiramente ligado a ele não é o que apresenta muitos dons, mas aquele que produz frutos (Mateus 7.16-29 e João 15). Esta é a quinta etapa, uma aliança de exercício. Posteriormente, o homem aliançado com Deus passara a servir (em hebraico, 'avad) a Deus, não por obrigação ou por requerimento, mas por gratidão e amor. Este é o sexto passo, um pacto de gratidão. O sétimo passo é se tornar um servo eterno, para sempre, termo que em hebraico é “le'olam”, expressão que pode significar “em secreto”. Isso porque o verdadeiro cristão serve a Deus tanto diante dos homens quanto em secreto, quando ninguém está olhando. Além disso, ele descobre que é em secreto que ele alcançará suas maiores vitórias, pois Jesus nos ensinou: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mateus 6.6). Essa é a sétima etapa, um pacto de humildade. Lembremos que, em hebraico, a palavra “sete” é “sheba'”, que vem de “shaba'”, que pode significar “jurar” ou “estar completo”. Isso porque, para os judeus, quando se fazia um juramento, eles o pronunciavam sete vezes, ou faziam sete atos, com o fim de mostrar sinceridade e compromisso com o pacto estabelecido. Foi por isso que Deus criou o mundo em sete dias, que foram dadas sete voltas ao redor de Jericó, que Naamâ mergulhou sete vezes e que sobraram sete cestas cheias quando da multiplicação dos pães. Faça essa aliança perfeita e completa com Deus e tenha o prazer de andar nos caminhos de Cristo! ::Por Daniel Lopez Jornalista, mestre em Linguística e professor de Filosofia da Educação da UFRJ. Estudou hebraico na Sinagoga ARI, em Botafogo–RJ. daniel4310@terra.com.br / imersaoeintimidade@yahoo.com.br Colaborador do portal Lagoinha.com

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